A página brasileira chegou ao fim, mas provavelmente é só um até logo, este país já é minha segunda casa.

Pedalei até a fronteira no dia da Farroupilha, comemoração da Guerra dos Farrapos, quando escravos negros lutaram, ao lado dos charqueadores escravocratas, sob a promessa de que seriam libertados ao final, mas foram traídos. Hoje comemora-se um festival da cultura gaúcha no dia em que perderam sua independência. Na rua há um lindo cortejo de gaúchos e prendas. 

Após o desfile está na hora de pedalar até Chui pelos campos, para evitar o controle do meu passaporte nos postos de fronteira. Pensava que teria uma última noite brasileira, mas no final há quase só uruguaios na rua e já se fala o espanhol em todos os lugares.


Os próprios brasileiros sempre me avisaram para tomar cuidado contra violência, roubo, insegurança, mas a minha realidade de viajante era bem diferente.

As pessoas são incríveis, calorosas, acolhedoras, sempre prontas para ajudar, uma palavra, um gesto, um joinha, um "opa", é aí? »,« Coragem », etc ...

Aqui, as pessoas gostam de conversar, bater um papo na esquina, a cada parada um novo encontro e uma conversa.

A grande maioria dos indivíduos são seres bons, mas a propaganda da mídia aponta sempre o mau para espalhar a teoria do medo.

No entanto, nos últimos 10 meses, encontrei só energias positivas e seres bons.

4000 km e mais de 14000 m de subida, o que representa uma pequena parte desse país gigante, uma bela aventura no país das contradições.

Qual país não as tem?


Paisagens incríveis foram atravessadas durante esta fase, uma grande diversidade e principalmente muita água, cachoeiras, rios, lagos, e sempre o oceano por perto. 

Até breve Brasil, provavelmente ainda vamos nos rever.

Obrigadão a todas pessoas que, ao longo do caminho, me ajudaram, apoiaram, forneceram abrigo ou comida, trocando por um momento ou mais ... obrigado do fundo do coração, tamo junto!