Chegando a Montevidéu pela rota atrás da motocicleta de Fernanda, desde Neptunia, durante um dia nublado, a primeira impressão não foi muito boa. 

Felizmente, não é sempre a verdadeira e, pouco a pouco, aprendi a descobrir e curtir o encanto na beira-mar da cidade com uma moradora local, uma artista chamada Lola, pintora, cantora de tango, que havia conhecido em Cabo Polônio há algumas semanas. Me mostrou parte de uma cultura muito interessante, parques, beira-mar e algumas pérolas arquitetônicas, como aquela do castelo verdadeiro livre de pedra, edifício emblemático da costa de Montevidéu, do alquimista Humberto Pittamiglio, construído entre 1911 e 1966 que manteve o edifício em obra permanente, desde a compra até a sua morte, simbolizando a metáfora de que a vida é como uma viagem num barco, sempre em movimento.

Na mesma área tem o museu Zorrilla, residência do poeta da nação Juan Zorilla de St. Martin, que viajou a Europa de bicicleta.

Bem perto no Parque Rodó há atualmente uma exposição de fotos da AFP, em colaboração com a Embaixada da França, sobre os impactos do ser humano sobre a natureza e na parte de cima do parque, na avenida Tomás Giribaldi, o Museu Nacional de Artes Visuais apresenta clássicos da história uruguaia e algumas exposições temporárias, um lugar imprescindível.

Exploramos a área numa bicicleta só, ela segue na garupa e eu giro as pernas fornecendo o veículo para o passeio. 

Acabamos a noite com um grande momento de diversão e cultura na casa da Sofia, 84 anos, mãe da Lola e seu filho, conversando na mesa por horas sem nos darmos conta das horas que passam.

Montevidéu é também o Candomblé, a cultura de percussão encontrada em cada bairro, herança da escravidão e da cultura negra, a festa do carnaval com ritmos africanos. 

Cada músico tem um conga de tamanho diferente e apoia-se na batida da clave para misturar ritmos com conotações africanas.

Várias praias, ao longo da « Rambla » oferecem belos panoramas, o antigo porto, a cidade velha são atrações imperdíveis, no final uma cidade que vale a pena visitar.

Entre essas duas visitas, uma semana em Neptunia na cabana de madeira da Fernanda e seus cachorros enamorados de mim e uma volta no caminho até Guazuvirá, lugar de paz à beira do oceano, na cabana de madeira da Laura com Fabian, Gabi e Manuel, Uruguai, Chile, Brasil e França, em uma boa mistura. 

Dois pisos de felicidade, boa comida, vibrações musicais, malabarismo, rolê em carona até Maldonado para participar da manifestação contra a reforma da constituição, que quer aumentar a repressão e dar a segurança nas mãos do exército.

A teoria do medo é aplicada em todo lugar do planeta, para todos os governantes só para reduzir os nossos direitos, como se violência fosse a resposta contra a violência sem jamais tratar as causas do problema, aumentar o acesso à educação, cultura e saúde.

Essa reforma foi proposta durante o período eleitoral (no final foi recusada pelo povo), o mesmo disfarce da democracia, fazer o povo votar em seus políticos, e dizem que vivem numa democracia e o pior é que, como na França, uma grande parte do povo acredita nisso mesmo. Quando houver a abolição dos políticos e dos privilégios, o poder será para o povo. Democracia é votar por suas leis e não seus políticos...

O voto é obrigatório, culturalmente o país está orientado mais à esquerda com uma verdadeira política de esquerda ao contrário da França, que desde Mitterand havia uma etiqueta de esquerda com uma política de direita. O Presidente Pepe era um símbolo dessa escola de esquerda, negando os privilégios e a casa do presidente para o uso do dinheiro em projetos concretos para o desenvolvimento do país. Adulado pela cultura de esquerda, como tudo mundo, há lados negros.

A comida no Uruguai tem várias coisas boas: o doce de leite, « tortas fritas », « empanadas » e muitos produtos derivados de farinha, frita ou assada, tipo pizza na brasa (parrilla), também um grande consumo de carne, diferentes queijarias em todos os lugares, com excelente produção entre outras coisas igualmente saborosas.

[22:35, 10/11/2019] Greg: 

[22:35, 10/11/2019] Monica: Se encontra colônias com nome simpáticos, Nueva Helvecia me lembra meu antigo país, onde morava parece que há uma eternidade, para tocar os dedos na liberdade passa-se pela colônia da Paz. Paz interior e uma fenda na cabeça tornam possível deixar passar a luz e, sobretudo, a espalhar. :)

A centenas de quilômetros antes, Colonia del Sacramento era um pouco chato no calor opressivo, as rodovias são pensadas para os carros, oferecem poucas coisas divertidas para os olhos, quilômetros de linhas retas, cujo não se vê o fim, mais finalmente Colônia aparece com um couchsurfing aconchegante cheio de viajantes de diferentes horizontes, uma excelente mistura, Colônia é uma cidade de influências portuguesas e espanholas, meus últimos dias no Uruguai ... sejam bem-vindos amanhã em Buenos Aires