Neste último mês tem sido intensa a busca de novos horizontes, reuniões bonitas e transcendência nos passos dos naturalistas do início do século 19, como o botânico provençal Auguste Saint-Hilaire, o mineralogista John Mawe, os exploradores Spix e Martius, o suíço Johann Jakob von Tschudi, diplomata, explorador e naturalista, o botânico britânico George Garner e, finalmente, o estudioso britânico e polímata Richard Francis Burton, escritor, poeta, tradutor, linguista, mestre sufi, etnólogo, diplomata e pesquisador apaixonado pela maioria das perversões humanas. 

Incrível como a vida atrai a energia que você projeta! 


Ultimamente eu tinha pesquisado sobre o trabalho do ensaísta professor Idriss Aberkane sobre a economia do conhecimento e como fortalecer e liberar o cérebro do nosso condicionamento. 

O último fazendo referências a Richard F. Burton e aqui,alguns dias depois, eu me encontro nos passos deste.

Para citar estas duas pessoas:

"A verdade é um espelho quebrado", cada um tem um pequeno pedaço e só a conjugação de todas estas peças ajuda a promover a consciência humana, citações Rumitomadas por Burton em A Kasidah de Haji Abdu El-Yezdi.

"O erro é um passaporte" para aqueles que trabalham com o coração e o amor das coisas, porque é o caminho repleto de armadilhas da progressão infinita.

Ao longo das estradas, geralmente de terra, eu me encontro acompanhado por uma multidão de espécies de aves que vêm e vão dançar ao vento, estão com medo da minha presença quando a minha magrela fica muito barulhenta nestas estradas esburacadas.


Os periquitos gritam no meu caminho e fogem, casais de corujas olham para mim, hesitantes com os seus grandes olhos, virando a cabeça para ir descansar sobre as estacasque cercam o trecho de maneira a ficar longe o suficiente para sentir-se seguros, beija-flores me cumprimentam pela manhã, o Guaturamo Miudinho, amarelas, brancas e pretas Coleiras, os Xexéus pretos com uma pirueta amarelo brilhantes abrem o meu caminho no vento e brincam nas árvores.

Às vezes vem-me encontros maravilhosos, como quando me vi frente a frente com um Carcará a poucos metros de distância e no dia seguinte com um casal que compartilhava um pedaço de carne desfiada quando veioum Urubu para a disputa, sendo o limpador que ele é.

O carcará é facilmente reconhecível quando pousado, pelo fato de ter uma espécie de solidéu preto sobre a cabeça, assim como um bico adunco e alto, que se assemelha à lâmina de um cutelo; a face é vermelha. É recoberto de preto na parte superior e tem no peito uma combinação de marrom claro com riscas pretas, de tipo carijó/pedrês; patas compridas e de cor amarela; em voo, assemelha-se a um urubu, mas é reconhecível por duas manchas de cor clara na extremidade das asas.


As minas, minerais e íngremes, lentamente deram lugar às colinas dobradas com cristas verdes. As plantações de milho e soja foram lentamente substituídas por café e banana. A Serra de Ouro Preto deu lugar à de Ouro Branco, em seguida, a Serra de São José, imponente e magistral, do sítio histórico de Tiradentes, brasileira e com cachoeiras deslumbrantes, depois a Serra de Carrancas,cercada por quatro outras serras. Uma vegetação típica do Cerrado e da Mata Atlântica, intransitável na minha magrela, porque muito íngreme, pedregosa e sem aderência. 

Finalmente, os últimos dias passei nas Terras Altas da Mantiqueira, ar muito mais frio por causa da altitude, polvilhada com Araucárias, pinheiros típicos do Paraná, lindos e imponentes, plantações de café e muitas cachoeiras e rios.


Passar algumas serras permanece verdadeiramente um teste de força, mas cada vez mais as paisagens encantadoras confirmam que esse sofrimento físico não é em vão.

Como sempre a energia do bem me faz encontrar um monte de amigos, gente boa no caminho. Tenho que agradecer todos eles pela força e o amor que me passam.


Minas Gerais é rica em água de boa qualidade. Muitas vezes cantando do ribeiro, o murmúrio de um rio anunciao rumor de uma cachoeira e seu acidente, que repetem o mesmo tom convidando-me e me incentivando a entrar na sua espuma para uma hidromassagem natural, que relaxa e revitaliza o meu corpo, a minha mente e minha alma.


Quando o calor está em pleno andamento, é bom refrescar-se na sombra do bambu ao longo do rio para ouvir os cantos polifônicos dos seus gritos a favor do vento, que se misturam à batida da água.


Ontem encontrei de novo o asfalto para passar o Carnaval em Itajubá, hospedado pela Marina, que conheci durante a travessia do Atlântico. A festa já começou na noite passada e continuará por alguns dias com seus amigos. 

Então será hora de voltar a Mantiqueira para explorar outras áreas.

Meu ingresso no bolso para os camarotes do desfile, vou descansar um pouco antes de voltar pra festa, pois hoje anoite será longa ...

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