Eu prefiro mil vezes as pequenas estradas rurais do que grandes pistas, asfaltadas, com alto tráfego, sinônimo de periculosidade devido a outros usuários.

Essas estradas de terra são certamente mais técnicas, mais esburacadas, pedregosas e muito menos rolantes, às vezes impõem um desafio físico maior, mas também oferecem tranquilidade e paz ao longo do caminho.

A floresta de pinheiros aqui e eucaliptos acolá, charmosas cabanas de madeira na borda, uma pequena propriedade idílica habilmente arranjada por seu proprietário, feng shui bucólico à beira de um lago, uma cachoeira natural, outra artificial, lírios de água, uma infinidade de pássaros girando, garças brancas coabitando com vacas em um pântano, a plenitude e a beleza da natureza que ganhamos e invadimos para nos fazer o maior bem. Nos liberamos do sofrimento gerenciado por nossa mente, quando nos reconectamos com nosso ambiente natural.

A natureza tem esse poder e a atividade física, de qualquer tipo, dentro dela, nos permite esclarecer nossos pensamentos e nossa mente.

Observar e absorver, duas palavras tão próximas e finalmente tão conectadas.

Sair do caminho já batido é uma das melhores coisas sobre as viagens e a vida em geral. Chegar em um lugar com minha bicicleta de 50 quilos e ver a descrença de alguns nativos me faz sorrir, especialmente quando um deles perde completamente a fala, não podendo mais responder a uma pergunta básica de direção, pois de repente todos as suas crenças e referências são quebradas. Os olhos falam por ele, que não entende como e por quê um cara numa bicicleta supercarregada cruza essa floresta, nesse caminho perdido, lamacento, sob a garoa e, além disso, fala com ele em sua língua. Claramente espantado e embasbacado, tornao o momento hilário, embora eu tenha cuidado para não demonstrar nenhum desrespeito e manter aquele sorriso oculto no fundo.

Ele passa a pergunta para um de seus parentes, que me responde, apontando o caminho a seguir. Agradeço e cumprimento-os antes de continuar. Rs