Florianópolis é uma ilha que oferece uma grande variedade de paisagens, paraíso de esportes como surf, windsurf e outros sobre as ondas. A parte norte é mais urbana do que a sul, mas isso não significa que não seja digna de interesse.

Pode-se descobrir o harmonioso conjunto circular do Forte de São José, que curiosamente abrigava o estoque de pólvora e era um dos pontos estratégicos do triângulo defensivo composto de três fortes protegendo o acesso à ilha no século XVIII, que inclui a Praia do Forte, o Jurerê, onde aproveito a bela luz do pôr do sol, e a longa Praia do Moçambique, localizada perto da casa da Josi, onde conheci a bela Juliana e a filha Ara para um agradável passeio e conversa de manhã, pés na areia com mar agitado, a ressaca criando uma espuma que o vento violento leva para a terra.

As várias trilhas espalhadas ao redor da ilha oferecem uma infinidade de vistas de tirar o fôlego, a do "Morro das Aranhas" vale a pena visitar, oferece vários pontos de vista sobre o oceano, as Ilhas das Aranhas, a Praia do Santinho e o retorno pelas dunas para a Praia de Moçambique.

No topo a vista é impressionante sobre as praias do norte, lagoa da Conceição, bairro do Rio Vermelho, Praia do Moçambique, o bairro da Barra da Lagoa, o Morro do Tijuco, o Morro do Bom Jesus da Lagoa, mas também as grandes dunas que atravessam a ilha.

A descida na praia do Santinho é show de bola também.

Entre o Rio Vermelho e a Barra da Lagoa, perto do Parque da Lagoa, há florestas de pinheiros que foram plantadas para a produção de madeira, é como estar na Europa, mas está infestado de mosquitos no final da tarde com zonas molhadas onde as árvores estão cobertas de musgos e líquens, no acesso à Praia do Moçambique que pode ser seguida até à Barra da Lagoa.

O sul está mais preservado, mesmo que as novas construções estejam invadindo lentamente a paisagem. Me descubro na companhia de pessoas maravilhosas que tenho o privilégio de conhecer nesta ilha.

Meu tempo é dividido principalmente entre a casa de Josi, a de Evandro e a de Kátia, espalhadas entre o norte e o centro da ilha.

Kátia, que trabalha na área editorial e jornalística, me faz descobrir o sudeste, a Lagoinha Pequena, as praias do Matadeiro e aquela do Pântano do Sul para curtir o pôr do sol. Grandes momentos compartilhados, as cordas do violão nos fazem vibrar durante a noite, faz tanto tempo que não toco, canto algumas músicas para ela que finalmente me mostra também seus talentos criativos.

Para descobrir o sudoeste, vou pedalar até Caiera, 80 km ida e volta com meus amigos Josi e Evandro, atravessando uma grande variedade de paisagens, encadeando as colinas e vales e belas vistas do continente.

Terminamos o dia com Eliane, a companheira do Evandro, passeando na cidade histórica de San Antonio de Lisboa, uma cidade pavimentada com arquitetura típica portuguesa, que foi desenvolvida pelos primeiros chegados dos Açores.

Algumas cervejas, pastéis e doces finos e estamos de volta à casa da Josi onde esperávamos Luis do Paraguai, outro grande viajante apaixonado por teologia e permacultura, que Josi hospeda via couchsurfing.

No dia seguinte, compartilhamos um grande momento culinário misturando o que está na geladeira com uma boa garrafa de vinho, eu preparo o almoço enquanto Josi termina sua preparação na oficina ao lado da casa. É tão bonito e bom para todos quando as pessoas deixam cair os filtros e se abrem totalmente na troca humana, valem todas as terapias.

Com Josi há essa constante, compartilhamos o sabor de bons produtos e muitas vezes estamos curtindo preparar saborosas refeições, seus pães artesanais de todos os tipos são fantásticos, eu amo ajuda-lá pela manhã, fazer geleia de bergamota, vê-la trabalhar manipulando sua massa de pão, seus fermentos e os vários ingredientes de qualidade que utiliza em seus produtos, enquanto conversamos e compartilhamos um Chimarrão ou um café.

Fazemos outro rolê de bicicleta juntos para descobrir o norte da ilha, a lagoinha do norte, a Ponta das Canas e a vista da Praia Brava com uma subida íngreme para chegar lá.

Acabamos com uma boa cerveja na praia antes de voltar para a casa de Josi para comer uma boa carne assada.

Evandro e Eliane abriram sua casa, me convidaram tão gentilmente, me alimentaram às vezes, solidariedade de ciclista, não há palavras fortes o suficiente para expressar gratidão aos grandes amigos a quem desejo o melhor. Foi uma honra conhecê-los.

Nos últimos dias encontro a mãe do Evandro, Marisa, que nos prepara um Sagu, uma sobremesa típica do sul do Brasil, feita com bolinhas de mandioca cozidas em água e açúcar, em geral com uvas, mas essa receita é feita com abacaxi.

As boas conversas e os bons momentos, Evandro, um irmão, acaba por me dar uma carona até Palhoça, bem ao sul da ilha, para evitar uma parte perigosa da estrada com minhas cargas, enquanto Eliane faz tarefas administrativas.

Ele me deixa num posto de gasolina, depois de duas maravilhosas semanas em Florianópolis, retomo minhas peregrinações de duas rodas, em direção à Praia do Rosa.

Um enorme obrigado a eles por todos esses momentos de humanidade, de partilha, de aprendizagem.

O caminho do bem continua.

Ainda em Floripa, não posso me esquecer da descoberta do centro da cidade, o lugar da grande figueira e as típicas ruas, o mercado público e ainda faltarão outros achados sobre essa ilha, onde viver é tão bom. Ao escrever estas linhas não falta o desejo de voltar à Florianópolis de Zé Perri, mais conhecido sob o nome de Antoine de Saint Exupéry e cuja passagem pela ilha foi contada por muito tempo através de contínuas gerações, e agora é comprovada por documentos históricos. De 1929 a 1931, o escritor compartilhou do mundo dos pescadores na comunidade de Campeche, colocando seu avião Latécoère para paradas noturnas ou mais, dependendo do tempo em sua rota. Buenos Aires - Rio de Janeiro - Toulouse.