Após dois meses de inatividade e preguiça no aconchego da casa de minha “anfitriã-mor”, e já me sentindo um algodão no cloroforme pela vida sedentária, que facilmente nos leva à passividade, eu finalmente reencontro o descuido e a maravilha da estrada e suas descobertas.

Assim que a viagem começa de novo, cumprimentos e sorrisos ao longo do caminho. Minha magrela, agora gordinha, intriga, é um fato. Vendo as minhas malas cheias, as pessoas sabem que eu venho de longe. Ativar a alavanca da curiosidade é bom, mas é sempre, na minha opinião, a energia e as intenções que abrem portas e corações.

A temperatura entre 22 e 27 graus é ideal para pedalar e depois de menos de uma hora e meia, aqui estou na balsa para atravessar o canal para o Guarujá. Exatamente o mesmo trajeto que fiz em dezembro, mas na direção oposta e com 15 graus a menos, quando meu então companheiro de jornada pirou e voltou para França para ser dono de cafeteria (vi no jornal de ontem anúncio do novo empreendimento do ex-aventureiro).

Enquanto esperava pela balsa encontro com Pedro, Marcos e Coruja, conversamos até o outro lado e depois deixo meus novos amigos para continuar no meu caminho.

Chegado em Guarujá pergunto pra Miguel o percurso, um cara super legal com quem acabo por pedalar batendo papo até o meu destino final em Santos, onde tenho que conhecer a Geraldine, uma professora de biodança. Instalado, e banho tomado, vou com ela assistir à sua aula, esta noite será a primeira, ansioso para descobrir essa nova disciplina.

Eu a ajudo a preparar e montar seu espaço de trabalho enquanto espera pelos alunos.

Nós somos seis ao final para entrar na roda de compartilhamento de energia, uma experiência muito bonita de movimento, relaxamento, liberação de corpo e mente, bem-estar, dar, receber e sempre belos encontros.